Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, conhecido como Marechal Rondon, de família humilde e descendente dos índios Bororó e Terena, nasceu no município de Mimoso na antiga Província de Mato Grosso em 05 de maio de 1865. No ano de 1873 foi para Cuiabá e em 1881, o jovem incorpora-se ao 3º Regimento de Artilharia a Cavalo. Ingressa na Escola Militar, no Rio de Janeiro, onde obtém o bacharelado em Ciências Físicas e Naturais. A princípio serviu como ajudante da primeira comissão construtora das linhas telegráficas do Estado do Mato Grosso, que ligaram este Estado a rede geral brasileira, tendo como engenheiro chefe o Major Antônio Ernesto Gomes Carneiro, passando a chefiá-la, após a partida deste para o Paraná, onde se consagrou como herói da Lapa.

Rondon chefiou as demais comissões, que se encarregaram de estender às principais cidades, vilas e fronteiras a rede telegráfica terrestre de Mato Grosso, inclusive a Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas. Ao concluir os trabalhos desta última, em 1916, havia dotado Mato Grosso de 55 estações. Concomitantemente, executou explorações e levantamentos, que ascenderam a 50.000 quilômetros, aí incluídos os de vários cursos d’águas da área a que Roquette Pinto, acertadamente, emprestou a denominação de “Rondônia”. Nestes trabalhos teve de enfrentar o sério “Problema indígena”.

Sobre o rastro dos trabalhadores das linhas telegráficas chegaram homens e mulheres que, de forma continua, foram povoando o entorno das estações telegráficas, a saber: Vilhena, Jamari (Candeias), Presidente Pena (Ji-Paraná), Jaru, Presidente Hermes (Presidente Medici), Ariquemes, Jaci-Paraná, Guajará-Mirim e Santo Antônio. Essas estações tornaram-se embriões dos futuros municípios do Estado de Rondônia. Bem merecida e justa foi, pois, sua escolha para Patrona das Comunicações.

Em 1910, passou a dirigir o SPI – Serviço de Proteção aos Índios, descobriu e pacificou várias tribos num total de 30.000 mil indígenas. Rondon era ardoroso defensor da causa indígena. Em 1967 o SPI transformou-se em FUNAI. Na pacificação usou de processos humanitários, subordinados ao lema: “Morrer, se preciso for; Matar nunca!”. Em São Paulo em 1911, se fez sentir sua atuação promovendo a pacificação dos Caingangues, para poder prosseguir o avanço dos trilhos da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.

O Coronel Theodoro Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos, de regresso à Pátria, falando do Brasil, a propósito da viagem de estudos empreendida na Amazônia, em companhia de Rondon, em 1914, assim se expressou: “Tudo ali é belo, majestoso exuberante; mas não foi a natureza física que nos encantou foi também a grandeza moral do meu companheiro Rondon homem modelo, no saber e nas virtudes”.

Como justa homenagem seu nome foi atribuído, pela Lei 2.731, de 17 de fevereiro de 1956, assinada pelo Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira ao antigo Território Federal do Guaporé, que passou a denominação de Território Federal de Rondônia. Em 1958, Rondon falece no Rio de Janeiro, no dia 19 de janeiro.

Texto extraído do volume II da obra ” Retalhos para a história de Rondônia”, de nosso saudoso professor Cap BM Esron.

Referências:

MENEZES, Esron Penha de. Retalhos para a história de Rondônia. Volume II. Porto Velho, 1981.

Fonte Iconográfica:

Imagem 01: https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2ndido_Rondon <visitado em 20 de junho de 2019>.

Imagem 02: Expedição Rondon-Roosevelt em 1914. Foto: Museu do Índio http://www.jesocarneiro.com.br/amazonia/jornalista-do-eua-escreve-biografia-do-marechal-rondon-livro-sera-lancado-em-abril.html <visitado em 20 de junho de 2019>.

Imagem 03: Reprodução Setur (Originais tenente Thomaz Luiz Reis/Comissão Rondon) Secom – Governo de Rondônia. http://www.rondonia.ro.gov.br/marechal-rondon-foi-indicado-ao-premio-nobel-da-paz-pelo-fisico-albert-einstein/ <visitado em 20 de junho de 2019>.